sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tudo é silêncio...


O olhar pousou ternura na face da noite cansada de amanhecer,
Pois fiquei murmurando ao vento,
Dizendo segredos e ouvindo uma triste canção.
O Sol apagou-se aos acenos do crepúsculo,
Fazendo ilusões pararem no tempo.
O céu ficou nublado e os pássaros não cantam mais.
Tudo é silêncio.
Não sei o que vou dizer para estas paredes
Que me olham desconfiadas...
Que exigem uma resposta imediata,
Que são tão irracionais quanto algum de nós...
Que aprisionam o meu corpo, o meu ego, minha mente...
A saudade e o desejo sufocante persiste em devorar-me,
Sentindo somente um nome aprisionado à minha mente.
A lembrança juntou-se com a saudade e perpetuaram-se.
A dor existe para os que sofrem num amor sem fronteiras, sem limites...
E neste momento o amor e a dor uniram-se.
Perco-me no rumo deste silêncio,
Beijando beijos que amanheceram em mim.
Teu olhar repousa como dádiva na minha angústia.
Tua voz ressoa através da distância,
Percorrendo, buscando e não encontrando as promessas feitas de futuros caminhos.
Palavras calaram-se em meus lábios,
A espera do instante,
Detendo até o pensamento.
Neste instante pensamento,
O sonho fruto da esperança,
Algemou meu corpo ao seu sabor e desejos.
Na ternura do carinho ficaram as marcas
Que dizem, por certo, mais que palavras.
Experimentei o sabor do verdadeiro sorriso,
E a ternura das lágrimas de felicidade.
Recordarei das noites lindas, com a lua muito mansa,
Que me deixaram para sempre a lembrança
De uma felicidade que não volta mais.
Talvez um dia,
Em minha pobre alma deserta,
Entre sorrindo uma nova esperança.
Desculpe-me se falo apenas de mim,
De minhas lágrimas,
Se a ânsia de estar junto a você é maior que todas as regras de filosofia que estabeleci para minha vida.
Desculpe-me por ter sido tão sincero;
Por imaginar mil planos de felicidade...
Desculpe-me por sonhar um sonho impossível,
Que só foi possível nos meus versos de um poeta apaixonado.

Daynor Lindner

Publicado no site: O Melhor da Web em 30/06/2009
Código do Texto: 32043

Um comentário: